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Quando o orgasmo do sexo é ultrapassado pelo prazer da conchinha

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Quando digo que o prazer da conchinha tem superado o prazer do sexo, eis que surgem sempre duas ou três indagações de quem me cerca. Se não são as mulheres que estou saindo, se não estou louco, ou se a carência é doentia ao ponto de eu estar a ter alucinações e começar a falar besteiras, num resumo do que dizem: redundâncias.

Quando falo isso, perante mulheres, pode parecer algum tipo de autopromoção, como aquela forma de falar que o pior defeito é ser fiel demais e etc. Ou então, diante dos outros, que sou puritano e cama foi feita para dormir. Nada disso.

É que hoje em dia tem sido mais fácil, prático e rápido, adotar medidas imediatistas, sejam estas a partir de aplicativos, rápidas mensagens ou a boa e velha casualidade – que tem lá seu ótimo valor. O problema é que são medidas paliativas, gozar de uma noite suada de uma intensa companhia que não se sabe o nome ao certo é fantástico – mesmo, mas fazer disso uma rotina, acredite, é vazio.

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Aprendi a cultivar pessoas em níveis de intimidade diferentes, remanejei e reciclei muito o meu círculo social e, consequentemente, a forma como lido e me ligo emocionalmente com outras pessoas. Coloquei grandes amigos no lugar de conhecidos, conhecidos como amigos, amigos como grandes parceiros, amigas como parceiras absurdas de se ouvir e trocar e família em primeiro plano. Não acredito que isto seja reflexo da idade, se não, diante da nossa preconceituosa sociedade, eu teria de ser bem mais velho e estar digitando isso com uma enorme fonte e certa dificuldade de achar as letras para compor tudo o que penso.

O fato do sexo ser superado pela conchinha é o simbolismo da troca de cheiros, do encaixe, do sentir e entrelaçar os pés, de colocar a perna sobre o corpo dela, ou sentir a perna dela sobre o meu. É o de conversar na cama, de luz apagada, por horas, até dormir e, mesmo tendo iniciado a tentativa de sono bem cedo, dizer boa noite já ouvindo pássaros do lado de fora.

Sexo por sexo, vulgarizou-se, e de novo, não no sentido puritano, mas é o mais fácil de se ter, não precisa ter intimidade, basta vontade e, pronto, tudo se ajeita. Agora, intimidade, isso aí já exige construção e a conchinha é tu dormires num porto confortável, confiável, sem suspeita ou qualquer sensação que não seja a de que, apesar dessa imensidão de gente perdida, que se esbarram, não se olham, se tocam, saem, se relacionam e sofrem, tu, agora, provavelmente tens alguém.

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Fonte: Obvious, Coffee Break

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