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Associação Europeia dos Tripulantes de Cabine condena recurso a tripulantes estrangeiros pela Ryanair
A Associação Europeia dos Tripulantes de Cabine condenou hoje o recurso a voluntários e a tripulação estrangeira por parte da Ryanair durante a greve das bases portuguesas e congratulou-se pela adesão registada hoje.
Lisboa, 04 abr (Lusa) — A Associação Europeia dos Tripulantes de Cabine (EurECCA) condenou hoje o recurso a voluntários e a tripulação estrangeira por parte da Ryanair durante a greve das bases portuguesas e congratulou-se pela adesão registada hoje.
Em declarações à Agência Lusa, o secretário-geral da EurECCA começou por declarar o “apoio total” de todas as tripulações europeias à iniciativa dos tripulantes de cabine das bases portuguesas da Ryanair, que hoje cumprem o último de três dias não consecutivos de greve para reivindicar a aplicação da lei nacional.
“Todos os tripulantes, nos nove países onde estamos representados, estão solidários com os tripulantes portugueses nesta ação”, disse.
Christoph Drescher, que sublinhou a necessidade de a transportadora ‘low cost’ (de baixo custo) irlandesa aplicar a legislação nacional e europeia, condenou o recurso a voluntários e a tripulação estrangeira por parte da Ryanair durante a greve da tripulação das bases portuguesas, considerando-a “uma medida desnecessária”.
Para o secretário-geral da EurECCA, que se encontra em Lisboa, na sede do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), esse tipo de medida é “contraproducente”, uma vez que os tripulantes têm o direito de organizar-se para lutar pelos seus direitos fundamentais.
Drescher mostrou-se ainda “positivamente surpreendido” pela adesão ao terceiro e último dia de greve.
“Hoje registaram-se vários cancelamentos de voos em Lisboa, Porto e Faro. A greve está a ser muito produtiva”, afiançou o secretário-geral da associação que representa mais de 35.000 tripulantes de cabine, em nove países europeus.
Convocada pelo SNPVAC, esta greve reivindica a aplicação da lei nacional aos trabalhadores das bases da companhia em Portugal, nomeadamente quanto a baixas médicas e de parentalidade.
O sindicado tem denunciado, desde o início da paralisação, que a Ryanair substitui ilegalmente grevistas portugueses, recorrendo a trabalhadores de outras bases. A empresa já admitiu ter recorrido a voluntários e a tripulação estrangeira durante a greve, uma prática que vai contra a lei.
O mesmo sindicato avançou que a operadora chegou inclusivamente a ameaças de despedimento, acusação que a empresa se escusou a comentar.
AMG (PL/IM) // ATR
Lusa/fim
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