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Tatuou carta escrita pela avó, diagnosticada com Alzheimer, para a homenagear

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Leonardo Martins sabia que algo se passava com a sua avó quando o arroz começou a ficar queimado e a comida sem sal… A tomografia confirmou o pior dos cenários: Alzheimer.

No ano passado, Leonardo entrou para a universidade e a avó escreveu-lhe uma carta. Com medo de a perder, decidiu tatuá-la.

O post, divulgado no Facebook a 7 de agosto, onde conta a evolução da doença e a decisão de tatuar a carta, conta, já, com mais de 150 mil gosto e 70 mil partilhas.

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A reacção da avó, emociona qualquer um, como podes ver no vídeo:

A Doença de Alzheimer é a forma mais comum de Demência, constituindo cerca de 50% a 70% de caso, e provoca uma deterioração global, progressiva e irreversível de diversas funções cognitivas (memória, atenção, concentração, linguagem, pensamento, entre outras). As alterações no comportamento, na personalidade e na capacidade funcional da pessoa, dificultando a realização das suas atividades de vida diária, são as suas principais consequências.

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Lê a carta na íntegra, aqui:

“O arroz foi queimando mais vezes, as comidas ficando sem sal. Alguma coisa tinha, a vó esqueceu até a idade outro dia. Há dois meses deu um branco no horário de tomar os 5 remédios que ela toma, até chorou de desespero. E ela tá mais quietinha, tadinha, quer ficar o dia todo no quarto dormindo. Tudo terminava em “tô meio esquecida hoje”.

A vó sempre cuidou de tudo e todos, morava com a gente em casa, mas o ambiente começou a semear uma sensação de estranheza. O sofá, que dividimos durante 19 anos, foi ficando cada vez mais estranho, menos confortável. Nem a Kátia Fonseca e o Cesar Tralli, ídolos da vó, salvavam a tarde.
A tomografia foi só formalidade, a Dra. Alzira já havia endossado: era alzheimer.

O alzheimer degrada a pessoa, vocês sabem. As coisas têm que estar sempre no mesmo lugar. Deixa ela fazer o que ela quiser. A doença pode vir rápida ou devagar. Depende. Mas, não há o que fazer, aproveite. Foi isso que a Dra Alzira disse.

E a gente anda fazendo isso. Tentamos passar por essa lombada de forma alegre. É que eu odeio quando as pessoas estabelecem validade às coisas. E não acredito que fizeram isso com você, vó.
Hoje ligo mais vezes pra ela, vejo-a toda semana. Fazer isso é a reciprocidade aos 18 anos que ela viveu comigo. E foi ano passado que a vó escreveu essa carta pra mim, quando entrei na faculdade. Eu fiquei com medo de perder, acho que agora eu não perco mais.

No meu primeiro aniversário, minha vó e minha tia me levaram para tirar a foto do meu primeiro imã de geladeira. A foto deveria ser sorrindo. Massantes tentativas falhas até que a vó bateu palma e sorriu, e eu acompanhei. A foto ficou linda, mesmo com essa legenda meio nonsense. E ela diz que é a melhor lembrança que tem de mim.

Todo dia penso que pelo menos Deus me deu a chance de deparar um farol amarelo para curtir o máximo que eu pudesse o melhor ser humano que eu já conheci.

Essas ocasiões me fazem parar de ver sentido em coisas fúteis. Parar de criticar todas as coisas a todo momento. Me fazem parar de me cobrar incessantemente a todo instante. Aliás, serviu para me mostrar, mais uma vez, as diversas arapucas que a depressão pode desencadear às suas vítimas.

Rezo para que esse mal não te abrace com ânsias, vó. Tudo o que precisamos está bem pertinho de nós. Tão pertinho que eu consigo até sentir o toque da pele fina da sua mão no meu rosto só de fechar os olhos. Que gostoso o seu abraço, vó. Nem consigo mais lembrar o que queria dizer com isso tudo. Pra você ver, acho que eu que tô meio esquecido hoje!
[Obrigado pelo trampo muito bem feito, Drew Araujo (@bloodymasta)”

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