Susana Dias Ramos fala de período angustiante em que pensou em pôr fim à vida: “Não fazia sentido estar aqui”

Susana Dias Ramos abriu o coração numa conversa intimista com Maria Botelho Moniz no ‘Dois às 10’ desta terça-feira, dia 6, onde recordou a fase mais conturbada da sua vida. Em 2019, a psicóloga perdeu o pai, vítima de um AVC, a uma semana de completar 40 anos.

“No dia em que ele faleceu, na quinta-feira, estava mesmo zangada, não o queria ir vê-lo porque achava muito injusto o que ele me estava a fazer. Mas acabei por ir e ele faleceu às sete da tarde. Despedi-me demais, fiquei tempo demais, a ver o que não devia”, recordou.

O pai de Susana Dias Ramos morreu depois de uma semana em coma e a perda da “pessoa mais parecida consigo” marcou o início de meses profundamente angustiantes. A psicóloga pensou mesmo em pôr fim à vida.

“Só me caiu a ficha seis meses depois. Andei adormecida. Depois queria ir ter com ele, não me fazia sentido estar aqui. Mas não podia ser assim”, afirmou.

Maria Botelho Moniz recordou uma declaração forte da psicóloga, quando esta afirmou que “nem Salvador [o filho] era suficiente para a segurar”. “É verdade, na altura pensava ‘que mãe sou eu?'”, desabafou.

“Eu faço uma estrada muito específica para ir para Braga, onde passam muitos camiões, passa muito disparate pela cabeça, como seria fácil desviar o carro… Na minha cabeça não era o Salvador, era a minha mãe. Como é que a minha mãe vai lidar com outra perda desta dimensão? Até que me apercebo que não consigo sozinha”, confessou.

Susana Dias Ramos referiu que devido a uma doença autoimune ficou impedida de tomar “qualquer antidepressivo, ansiolítico”, tendo de procurar outro tipo de ajuda. Foi também o desafio profissional que abraçou em 2020, enquanto comentadora do ‘Big Brother’, que a fez ‘virar a página’.