Revoltada, Marina Mota sugere “apagão” na cultura: “Pode ser que assim percebam…”

Marina Mota esteve no programa de Tânia Ribas de Oliveira, na RTP1, “A Nossa Tarde”, onde, entre outros temas, falou sobre a pandemia da Covid-19 e o seu impacto na cultura.

A atriz mostrou-se revoltada com a falta de apoios do Governo ao setor e ainda sobre as novas regras de prevenção à propagação do novo coronavírus, como por exemplo, o recolher obrigatório até às 13 horas durante o fim-de-semana.

“Somos nós, os da cultura, o setor mais afetado, há nove meses, não temos o Ministério que nos defenda (…) sempre foi um setor da sociedade sem nenhum apoio e agora continua a não ter”, disse, criticando o facto de todas as salas de espectáculo estarem reduzidas a 50% da lotação.

“Tudo é reduzido a 50% menos os nossos impostos que continuamos a pagar a 100%”

Marina Mota destacou que não está a falar em nome próprio, já que ao contrário de muitos atores e técnicos, tem tido trabalho, mas sim em nome de toda uma classe:

“Eu lembro-me dos meus colegas. Estão a sofrer há nove meses e que provavelmente não morrerão de Covid mas morrerão de fome, de desespero, suicídio sem ninguém puser mão nisto”.

A atriz decidiu então lançar um desafio, em jeito de apelo, e propôs que se fizesse um “apagão” na cultura:

“Era importante que percebessem que o teatro é do interesse público. Não sei se é possível, mas gostaria que, pelo menos durante só 48 horas (…) que não fosse permitido ouvir nada na Spotify, que não fosse permitido ver Netflix, que não houvesse nada, nada onde as pessoas do meu setor fizessem parte. Desliguem todas as rádios, deixem tudo em silêncio e os ecrãs todos a negro. E pode ser que assim percebam a falta que nós fazemos”.

Veja aqui, ao minuto 21:47.