Animais
Foi passear o cão e encontrou pão com pregos num parque em Lisboa
O dono de um cão, que o costuma passear num parque público da Ajuda, em Lisboa, foi surpreendido ao encontrar vários pedaços de pão com pregos de sapateiro estrategicamente colocados para que os animais os engulam.
O alerta foi publicado no Facebook acompanhado de várias fotografias que mostram a “armadilha”.
Segundo o autor, o post tem por objetivo alertar os donos dos animais para prevenir futuras situações deste tipo
A publicação, feita numa página criada pelo dono para o animal, e intitulada “Pó d’Arroz”, já tem mais de 15.000 partilhas e vários milhares de interacções.
O autor lembra que este tipo de armadilha “pode colocar em risco tanto animais como crianças”, e que pretende alertar o maior número de pessoas para situações destas, “que podem ter transformar uma rotina normal de segunda-feira num verdadeiro pesadelo com resultados inimagináveis”.
Fica o post, e o texto completo:
Carta aberta a quem não tem cão (e aviso a quem tem):
(Partilhem por favor) – English version at the end.
Talvez não devesse direcionar a todas as pessoas que não tem cão mas, como irão perceber, o motivo pelo qual escrevo é precisamente uma situação que ameaça todos os cães e não uma certa raça ou somente “alguns donos”:
Hoje pelas 7:00 da manhã saí de casa e comecei o dia com a rotina normal à qual o meu cão Pó D’Arroz, um Weimaraner de 2 anos e meio, está habituado.
Ao chegar ao parque solto-o e entro no café para pedir o pequeno almoço, levar para o jardim e comer enquanto o meu cão explora e decide onde fazer os seus xixis.
Um pequeno parque onde não há vivalma até às 9:00 da manhã na zona da Ajuda em Lisboa.
Desde pequeno que o Pó D’Arroz ouve e aprende que não pode comer coisas do chão. Tarefa difícil visto que por vezes se encontram sandes mistas ainda embaladas, bananas, sandes de carne assada, lasanha, pão para pombos e batatas fritas em cada canto da cidade de Lisboa.
Ora, para um cão, na altura de decidir se comer ou não algo do chão, pesa os prós e contras com base em situações passadas – 80% das vezes consigo que por vontade própria ele ignore o presente deixado pelo miúdo que não gostou da lancheira que a mãe preparou, ou as oferendas de pão seco que algumas senhoras gostam de deixar aos pombos;
Os restantes 20% são situações nas quais tenho que intervir e lembrar que não se pode comer “porcarias” do chão.
Quando cheguei ao parque vi o meu cão e pousei o pequeno almoço na mesa para comer quando vejo ao longe o que me parece o tal pão cortadinho e preparado para os pombos.
Aproximo-me e qual não é a minha surpresa quando percebo que tal pão foi colocado especificamente para os cães que ali passam (imagino por alguém que não tem cão)
Em cada pedaço de pão estavam cravados 3 pregos pretos de sapateiro, novinhos em folha e cuidadosamente escondidos para em menos de 2 segundos acabarem dentro do intestino de algum cão que em vez de 80% de controlo em situações semelhantes tem apenas 75%.
Após uma situação do género passa-me pela cabeça culpar a Câmara Municipal ou a junta de freguesia por não manterem as ruas limpas deste tipo de perigos, mas por outro lado penso: que culpa terão eles quando um maluco vai propositadamente ao parque colocar “minas” a meio da noite?
Por hoje peguei no pão todo e fui direito ao lixo, mas o que acontecerá amanhã se não for ao parque a essa hora e alguém passear o cão antes?
Ou será que tal situação se vai tornar preocupante apenas quando duas crianças estiverem a brincar e, ao ver tal pão seco e crocante no chão do jardim o metam na boca?
Escrevo esta carta como tentativa de chegar ao máximo numero de pessoas e alertar para situações deste género que podiam ter transformado a rotina normal de segunda feira num verdadeiro pesadelo com resultados inimagináveis.
Bem sei que 99% das pessoas sem cão nunca fariam tal coisa, mas também sei que 99% dos cães não teriam força para recusar um pedaço de pão oferecido na rua.
Lisboa, 22 de Janeiro, 2018
João, Mariana e Pó.
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