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Numa entrevista reveladora, Goucha questiona D. Américo Aguiar: “As Jornadas vão fazer esquecer páginas negras da Igreja?”

O Bispo deu a sua opinião sobre as mais recentes polémicas que envolvem a Igreja…

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Numa entrevista reveladora, Goucha questiona D. Américo Aguiar: “As Jornadas vão fazer esquecer páginas negras da Igreja?”
Reprodução Redes sociais

Manuel Luís Goucha recebeu esta quarta-feira, dia 19 de julho, o bispo auxiliar de Lisboa, D. Américo Aguiar, no programa das tardes da TVI para falar sobre a Jornada Mundial da Juventude que decorre, em breve, em Lisboa.

Durante a conversa, o apresentador abordou um assunto sensível na Igreja e questionou o Bispo: “As Jornadas vão fazer esquecer páginas negras da Igreja, como por exemplo, os abusos sexuais?”, quis saber.

O convidado negou e explicou: “Eu não quero que ajudem a esquecer. Aliás, o pior que a gente pode fazer é esquecer. Agora, que podem ajudar e que ajudaram – até atendendo ao calendário -, primeiro, a pôr as vítimas no local devido, que é na prioridade da nossa atenção”, começou por dizer.

D. Américo Aguiar ainda destacou: “Somos herdeiros do que aconteceu e não devia ter acontecido. O que é que temos de fazer? Garantir, fazer tudo o que está ao nosso alcance que não se repete, nem se repetem os crimes – dentro daquilo que é possível garantirmos -, nem se repete o modo, o processo com que cada um dos crimes foi vivido, em cada tempo”, afirmou.

Foi no seguimento deste assunto que o convidado revelou já ter acolhido duas vítimas de abusos sexuais quando ainda era responsável da comissão de Lisboa: “Foi duro… E fez-me um clique. Duro de ouvir porque nós temos de agradecer muito a estes homens e a estas mulheres que tiveram a coragem de abrir o seu coração”, confessou.

“Não há limite de agradecimento, são heróis. Eu ouvi dois homens e ouvir destes dois homens que abriram o seu coração e partilharam comigo o que aconteceu, a mim, fez-me o clique. Eu tomei consciência de que eu sou herdeiro de muitas coisas boas, dos milagres da Igreja e sou bispo e sou padre, mas também sou herdeiro de coisas más e negativas e, portanto, sou parte do problema e tenho de ser parte da solução”, continuou, destacando a coragem das vítimas.

Veja aqui esta parte da entrevista.

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