Segue-nos
PUBLICIDADE

Famosos

No último adeus a Pinto Balsemão, Francisco Pedro Balsemão faz discurso emotivo: “Foi e é o nosso herói…”

Francisco Pedro Balsemão falou em nome da família e também enquanto CEO do grupo Impresa…

Publicado

em

Reprodução SIC e Reprodução/Redes sociais

No dia do último adeus a Francisco Pinto Balsemão, a missa realizada esta quinta-feira, 23 de outubro, no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, contou com um discurso emotivo do filho, Francisco Pedro Balsemão, e também CEO do grupo Impresa.

Diz-se nas crianças que o primeiro herói é o pai. Em nome da minha família, com quem infelizmente não pude partilhar este texto antes, não tenho dúvidas que o nosso pai, avô, sogro, e no caso da minha mãe, marido, Francisco Pinto Balsemão foi e é o nosso herói. Não uso a palavra herói de ânimo leve, primeiro porque estou ciente da sua excessiva carga emotiva, depois porque trata-se de um lugar comum e se há algo de que o nosso pai não gostava era de lugares comuns“, começou por dizer.

A palavra herói tem a sua etimologia na Grécia Antiga, os heróis gregos situavam-se entre os deuses e os homens: não eram imortais como os deuses, mas também não eram simples mortais. E eram imperfeitos. Neste momento em que se celebra a vida de alguém que foi tão especial para nós, há que dizer que o nosso pai não era uma pessoa perfeita. Até porque, diga-se, esse conceito não existe. Foi, sejamos claros, um pai e marido por vezes ausente, não nos levava à escola de manhã e se entrou na cozinha lá de casa foi duas vezes e foi por engano“, acrescentou o filho de Francisco Pinto Balsemão, cuja última afirmação motivou risos dos presentes.

Ao recordar o legado do pai e as memórias que ficam, o CEO do grupo Impresa prosseguiu: “Mas se aqui estamos hoje a sofrer tanto porque partiu, e tantas vezes dissemos para nos tentar iludir que ele era eterno e que este dia nunca chegaria, é porque ele fez por nós muito mais do que o que ficou por fazer. Foi transcendente através do seu amor, dos seus valores e do seu exemplo. Construiu uma família que tudo fará para manter e reforçar o seu legado. Francisco Pinto Balsemão deixa 20 descendentes, entre filhos, netos e um bisneto, o Martim, que nasceu há pouco mais de uma semana. Entre estes temos gestores, empreendedores, espíritos livres, futuros advogados, designers, astronautas em formação, delegados de turma, surfistas, pescadores, artistas, futebolistas, radialistas, grandes comunicadores e, felizmente, todos sportinguistas. E em comum, além da nossa testa alta, somos diferentes mas somos unidos, fortes, divertidos, como ele quis e à sua imagem“.

Não temos qualquer dúvida de que o nome Balsemão é sinónimo de valores forjados ao longo dos 88 anos de vida e que são únicos e inquebrantáveis. Um dos valores mais importantes é a exigência: para o nosso pai, por termos, tal como ele, nascido em berço de ouro, tínhamos que fazer mais que os outros. Somos uns privilegiados, dizia, e por isso temos a obrigação de deixar o mundo melhor. Esta é uma frase que se tem ouvido muito e que se tem escrito muito nos últimos dias, mas já a conhecemos da família há décadas e todos sem exceção seguimo-la fielmente. Outra frase que ouvíamos muito era: “Quem tem unhas toca guitarra”. Ou seja, temos que aproveitar as oportunidades que nos são dadas, e de preferência sermos nós a criá-las, e esforçarmo-nos mais que os outros para as aproveitarmos. Nunca desistir e nunca fugir“, referiu.

Francisco Pedro Balsemão também refletiu: “Os vencedores, como dizia alguém, não são aqueles que nunca perdem, mas aqueles que nunca desistem. Francisco Pinto Balsemão não era alguém que gostasse de rotinas e, por exemplo no trabalho, dizia muitas vezes que o que ele mais gostava era de fazer na Impresa cada dia diferente do dia anterior. Mas também me confidenciou uma vez que 50% do seu trabalho às vezes era uma chatice, por tratar de temas demasiado burocráticos. Mas não foi por isso que deixou de trabalhar menos. Eu que o saiba, porque nas nossas longas reuniões de terça-feira à tarde, que duravam mais de quatro horas, eu era normalmente o primeiro a quebrar de cansaço. É algo que todos os que trabalhavam com ele poderão também confirmar, tendo em conta a profusão de e-mails que recebíamos diretamente do seu iPad, muitas vezes a altas horas da madrugada e que exigiam uma resposta em menos de 24 horas por vezes em tom ameaçador“.

Ao recordar valores como o “humanismo” e também o “enorme coração” que “tocava em tudo e em todos“, tal como a sua “curiosidade inata“, Francisco Pedro Balsemão finalizou: “Francisco Pinto Balsemão era e foi o nosso herói por todas estas razões. Acima de tudo, porque viveu uma vida íntegra e digna, porque estava ciente, tal como os heróis, da mitologia grega, do seu destino especial. Nunca será, como uma vez escreveu, uma mera nota de rodapé na história. Não só porque marcou a vida do nosso país, como também a vida de uma família que tanto orgulho tem nele e da qual ele tanto se orgulhava. Uma família que herdou esse destino especial, um amor, um exemplo e os nossos valores que praticaremos e que prometemos passar para as próximas gerações“.

Veja o vídeo aqui.

 

Ver esta publicação no Instagram

 

Uma publicação partilhada por SIC Notícias (@sicnoticias)

TRENDING