Mulheres dos Anjos falam no segundo dia do julgamento contra Joana Marques: “Não vale tudo…”

A segunda sessão do julgamento que opõe Joana Marques aos Anjos realizou-se esta quarta-feira, 18 de junho, no Palácio da Justiça, em Lisboa. Depois das alegações dos irmãos Rosado e do testemunho de Manuel Rosado, pai dos Anjos e representante da empresa Angel Minds, na primeira audiência, foram ouvidas 10 testemunhas, seis da parte da manhã e quatro de tarde.

De acordo com o Observador, que acompanhou a audiência em direto, o compositor e músico Nuno Feist foi o primeiro a depor e referiu que o vídeo publicado por Joana Marques – na sequência da interpretação do hino nacional feita pelos Anjos, antes de uma prova de MotoGP no Autódromo Internacional do Algarve, em 2022 – foi “catastrófico“: “Se o som tivesse estado a 100% isto nunca teria acontecido, porque eles não estiveram mal“, considerou.

O vídeo partilhado pela humorista nas redes sociais foi amplamente analisado por várias testemunhas (um especialista, um diretor técnico de empresa de broadcast, um editor de imagem e outro editor de vídeo) e chegou-se à conclusão que “foi uma transmissão desastrosa ao nível técnico“. O diretor técnico ouvido referiu que o vídeo foi “montado para atingir um fim“.

Antes da pausa para almoço, um empresário ouvido em tribunal revelou que cancelou um patrocínio com os Anjos, no valor de 75 mil euros, porque não quis “estar associado” à polémica.

No horário da tarde, Luís Ramos, gerente de uma empresa de produtos farmacêuticos, contou que rescindiu um contrato com a dupla musical, de 85 mil euros, após o lançamento do vídeo por Joana Marques.

Timi Montalvão, produtora dos Anjos, emocionou-se em tribunal e falou num “vídeo completamente manipulado“: “Não queria acreditar no que estava a ver“. A produtora defendeu que Joana Marques fez a publicação “com o intuito de prejudicar“: “Como é que ela poderia não ter essa noção?“, questionou. Timi disse ainda que os Anjos “tiveram um concerto cancelado depois de Joana Marques ter ido a um programa da tarde [da SIC]”: “O humor não pode tudo. O humor não pode provocar humilhação pública“.

Sílvia Rosado, mulher de Nelson Rosado, também depôs em tribunal. Embora tivesse o direito de não prestar declarações, quis fazê-lo e começou por recordar “as memórias da dificuldade em dormir” do marido “e o derrame ocular”. Por isso, revelou o que disse o seu filho – na altura tinha 10 anos, hoje tem 13: “O pai não está bem. Isto tem um efeito no pai“. Como consequência, partilhou: “Tive de o começar a adormecer. Eu nem sou religiosa, agarrava nas mãozinhas dele, fechávamos os olhos [e faziam uma oração]“.

Sílvia acrescentou que a filha, de 15 anos, chegou a sair em defesa do pai: “Digo-lhe para ela não comentar, mas é impossível, ela tem redes sociais“. Porém, o comentário que fez nas redes sociais “foi eliminado“.

A segunda audiência terminou com o depoimento de Andreia Rosado, mulher de Sérgio Rosado, que mostrou-se visivelmente emocionada: “Não vale tudo independentemente da profissão das pessoas“, disse. Falou sobre a “crise de acne” do marido, alegou que os rendimentos “não são os mesmos” e que há “coisas graves que só não aconteceram” porque têm “uma família incrível“: “A nível psicológico eles ficaram muito afetados“.

Andreia exemplificou quando “estava perto dos filhos” no shopping “e uma pessoa, a poucos metros, começou a verbalizar e a gozar com o Sérgio“. Na altura, ouviu “palavras soltas” e o marido interveio.

Com o fim da sessão, a terceira audiência realiza-se no próximo dia 30 de junho, a partir das 9h30. Segundo o Observador, “deverão ser ouvidas quatro testemunhas, entre elas Ricardo Araújo Pereira e Fernando Alvim“. Quanto a Joana Marques, “ainda não é certo que deponha em tribunal“.