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Moçambique “não tem controlo total” sobre movimentos religiosos estrangeiros

O ministro da Indústria e Comércio de Moçambique admitiu hoje à Lusa que o Governo “não tem controlo total” sobre os movimentos religiosos estrangeiros que têm conduzido recentemente vários ataques armados no norte do país.

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Moçambique “não tem controlo total” sobre movimentos religiosos estrangeiros

Lisboa, 05 jun (Lusa) – O ministro da Indústria e Comércio de Moçambique admitiu hoje à Lusa que o Governo “não tem controlo total” sobre os movimentos religiosos estrangeiros que têm conduzido recentemente vários ataques armados no norte do país.

“O Governo embarcou de forma séria na procura da paz duradoura, mas os movimentos de vários carácteres e origens não estão sob controlo total de Moçambique, encontrámos movimentos de cariz religioso que, de facto, não têm origem em Moçambique”, disse Ragendra de Sousa à Lusa, à margem do Fórum Oportunidades de Investimento em Moçambique, que decorre esta semana em Portugal.

Para o governante moçambicano, a solução para acabar com estes ataques, como o desta madrugada na aldeia de Naunde, distrito de Macomia, que terá provocado pelo menos seis mortos, que se juntam aos dez habitantes decapitados há cerca de uma semana na província de Cabo Delgado, é desenvolver a economia.

“O que temos de fazer, de forma tranquila mas com preocupação, é procurar resolver não só pela via da força, mas temos de ir para aquela região com programas económicos, empregar a juventude e aumentar a produção”, defendeu o governante que está esta semana em Portugal para apresentar as oportunidades de investimento no seu país.

“A região [da província de Cabo Delgado] tem gás, mas nós não comemos gás, precisamos de empresas que promovam a agricultura, os agronegócios, os serviços… a mão de obra está lá, para empregado de casa, carpinteiro, pedreiro, é isto que queremos, que os empresários se instalem porque o projeto-âncora está pronto”, disse o governante.

“Viemos aqui para aumentar o tecido empresarial [em Moçambique], o que vai resolver todos estes problemas”, concluiu Ragendra de Sousa.

A província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, tem sido alvo de ataques de grupos armados desde outubro de 2017, causando um número indeterminado de mortes e deslocados.

Um estudo divulgado em maio, em Maputo, aponta a existência de redes de comércio ilegal na região e a movimentação de grupos radicais islâmicos, oriundos de países a norte, como algumas das raízes da violência.

Diversos investimentos estão a avançar na província para exploração de gás natural dentro de cinco a seis anos, no mar e em terra, com o envolvimento de algumas das grandes petrolíferas mundiais.

MBA (JYU/LFO) // VM

Lusa/Fim

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