Mal-interpretada? Cristina Ferreira alvo de críticas após expressão: “Entrou num carro com ele e aí se calhar…”

O aparecimento do corpo de Conceição Figueiredo, de 69 anos, que estava desaparecida há cerca de duas semanas e foi encontrada sem vida, após ter sido vista pela última vez numa danceteria com Jair Pereira, de 58, foi um dos temas que esteve em destaque na rubrica de atualidade criminal no programa ‘Dois às 10’, da TVI, desta segunda-feira, 2 de junho.

Durante a rubrica, e antes de passar para a análise a outro caso, de uma mulher que foi agredida e esfaqueada 150 vezes por um homem que conheceu no Tinder e que a perseguia, Cristina Ferreira acabou por fazer uma reflexão geral: “Deixo aqui uma vez mais, e nós daqui a pouco já vamos ao caso da mulher que foi agredida 150 vezes no parque de estacionamento, sabemos agora que tinha conhecido essa pessoa e trocou mensagens no Tinder, nós temos mesmo que avisar as pessoas de que hoje em dia é muito complicado, mesmo relações que podem ter sido de amor, do que quer que seja, quando já entram aqui nesta fase de perseguição, de algum controlo, é preciso a polícia estar avisada, os familiares estarem avisados“, começou por dizer.

Depois, a apresentadora abordou especificamente o caso do ex-casal de Murta, Oliveira do Bairro, que foi precisamente visto pela última vez numa danceteria: “Porque eu não sei se esta mulher, depois do baile, entrou num carro com ele e aí, se calhar, é que se pôs a jeito para que isto acontecesse“.

Neste sentido, Cristina Ferreira acrescentou: “E, portanto, hoje em dia é mesmo não confiar em ninguém, nem na pessoa de quem mais gostamos. Lamento dizer isto, mas é verdade. E sabíamos que a São já não queria grandes coisas com este homem, mas supostamente acabou morta“.

Na sequência desta intervenção, que pode levar a más-interpretações, Cristina Ferreira está a ser alvo de críticas na rede social X (anterior Twitter): “Uma mulher leva 150 facadas de um homem. Sob pretexto nenhum se pode condenar a mulher. Nenhum. Cristina Ferreira, mulher, diz que esta vítima se pôs a jeito (se entrou no carro do agressor)“, “A Cristina Ferreira acabou de dizer “pôs se a jeito” sobre o caso da rapariga que foi esfaqueada 150 vezes” ou “Cristina Ferreira acha que a mulher que levou 150 facadas é porque “se pôs a jeito”. Machismo disfarçado de empoderamento. Vende cremes, discursos e cursos para “libertar” mulheres… e depois culpa-as por morrer. Incoerente, sem moral nenhuma“, pode ler-se entre os muitos comentários. 

Contudo, importa frisar e deixar bem claro que Cristina Ferreira, quando afirma “Aí, se calhar, é que se pôs a jeito para que isto acontecesse“, não está a referir-se ao caso da mulher esfaqueada 150 vezes no parque de estacionamento, mas sim ao de Conceição e Jair. Grande parte dos comentários do X mencionam que é sobre o primeiro caso, mas não é o que se verifica na realidade.

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