Famosos
Flávio Furtado lembra tempos difíceis: “Cheguei a dizer aos meus colegas ‘paga-me o almoço’…”
Em conversa com Manuel Luís Goucha, Flávio Furtado “abriu o coração” e lembrou a sua vinda para Lisboa para seguir os seus sonhos…
Flávio Furtado esteve esta quarta-feira, 10 de fevereiro, no programa da TVI “Goucha”, à conversa com Manuel Luís Goucha.
A dada altura, o comentador e escritor falou dos pais e da relação que mantém com estes, que estão nos Açores, de onde é natural, e acabou por ser surpreendido com uma mensagem dos progenitores:
“Olá filho, um grande beijinho dos pais. Amo-te muito. Não tenho mais nada que te diga que o resto a gente diz tudo pelo telefone, beijinhos. Boa sorte”, referiu a sua mãe.
Flávio Furtado acabou por se emocionar: “Não me faça isso, sou muito maricas e depois começo a chorar e já não consigo falar consigo”, disse, de lágrimas nos olhos.
Mais à frente, e sobre a sua vinda para o Continente, para Lisboa, com o intuito de “correr” atrás das suas ambições e estudar, Flávio Furtado contou que teve que arranjar um trabalho para sustentar as suas próprias despesas:
“Foi das decisões mais difíceis que eu tive que tomar na minha vida que foi ir ao aeroporto (…) antecipar um voo, ir na sexta-feira para Lisboa…”, disse, emocionado.
Admitiu que fez sofrer os seus pais, referindo que sentia, na altura, que os estaria a abandonar e recordou depois os primeiros tempos em Lisboa:
“Eu tive que esconder dos meus pais muitas coisas pelas quais passei (…) se eu consegui, qualquer pessoa consegue, eu sempre acreditei em mim (…)”, admitiu.
Explicou então que hoje tem uma vida confortável mas, no início, não foi assim:
“Eu fui estagiar para a Nova Gente (…) eu tive que ficar a fechar algumas edições da revista e implicava sair mais tarde, não tinha o meu transporte próprio, então cheguei a ir a pé no inverno às sete da tarde, é Sintra-Lisboa”, lembrou, em lágrimas. “Eu cheguei a querer almoçar e dizia aos meus colegas ‘paga-me o almoço que eu esqueci-me da carteira’ porque o que ganhava era contado, nunca contei isto aos meus pais”, acrescentou ainda.
Flávio Furtado referiu que o seu ordenado, à época, estava contado para pagar a renda da sua casa e as despesas:
“Eu ganhava 750 euros (…) mas eu quis ter uma casa só minha, então eu ganhava 750 e pagava 450 de renda de casa (…) são opções (…) porque eu queria liberdade, houve uma altura que só tinha um colchão no chão, eu não tinha sequer frigorifico”, disse, referindo que, depois, a partir daí foi comprando as suas coisas.
“Aprende-se a dar valor ao dinheiro”, admitiu.
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