Filipa Lemos recorda o irmão Tony Lemos e admite: “Não me culpo mas assumo que falhei com ele…”

Esta quinta-feira, 30 de junho, foi para o ar mais um “Júlia”, programa conduzido por Júlia Pinheiro na SIC. Uma das convidadas da emissão de hoje foi Filipa Lemos, vocalista da banda “Santamaria”.

A cantora recordou um pouco do percurso profissional e pessoal e falou, a dada altura, sobre a morte inesperada do irmão, Tony Lemos, que partiu no dia 13 de outubro de 2020, aos 48 anos, vítima de burnout.

Filipa Lemos revelou que estava no México- para onde foi viver com o marido e a filha em 2019- quando recebeu a notícia e que a sua preocupação imediata foi a mãe e regressar o mais depressa possível para Portugal.

“Não chorei. Estive 10 dias que não verti uma lágrima (…) achei que tinha uma missão a cumprir (…)”, revelou.

Filipa Lemos recordou depois o irmão, com quem tinha uma “enorme cumplicidade”, e o momento que esteve estava a atravessar.

“O meu irmão estava num quadro de burnout, um quadro de cansaço cerebral, com muitas dificuldades de raciocínio, apercebi-me disso, (…) ele estava a ser seguido por um psiquiatra (…) e a pandemia bloqueou o meu irmão, o facto de parar, de ter tempo para pensar excessivamente, ele pensava demais, preocupava-se demais com os outros (…)”, referiu depois.

“A pessoa mais bondosa que eu conheci até hoje”

Filipa Lemos destacou algumas das características de Tony Lemos e admitiu que falhou para com o irmão.

“Eu não me culpo (…) mas assumo que falhei com ele, não no sentido de não o ter percebido mas no sentido em que, em busca de uma outra luta, que também era a minha luta, não percebi que ele teve falta do motor impulsionar dele que era a irmã”, admitiu.

E completou depois, sobre o facto de estar, na altura, a viver no México: “Acho que se estivesse estado cá que talvez as coisas tivessem sido um bocadinho diferentes e aí eu falhei”.

Filipa Lemos terminou referindo que há dois sítios onde comunica com Tony Lemos: “Eu falo com ele em dois sítios muito particulares (…) um deles é junto dele (…) e há um outro lugar que uma pedra na Foz do Douro”.