Bruno de Carvalho recorda caso Alcochete: “Devia ter-me demitido porque não tinha passado por tudo o que passei…”

Luis Rubiales, presidente da Federação Espanhola de Futebol, está ‘debaixo de fogo’ fruto da polémica resultante do beijo na boca que deu à futebolista espanhola Jenni Hermoso no âmbito das celebrações da vitória da seleção espanhola de futebol feminino, que conquistou pela primeira vez o Mundial de futebol feminino no passado dia 20 de agosto ao vencer a Inglaterra na final por 1-0.

O dirigente foi suspenso pela FIFA, mas recusou demitir-se do cargo que ocupa. Contudo, a pressão exercida pela opinião pública e também pela equipa técnica da seleção e ainda por 81 jogadoras espanholas – que decidiram renunciar à seleção – tem forçado a renúncia por parte de Luis Rubiales que ainda não foi oficializada.

No seguimento desta polémica, foi noticiado pela imprensa que a mãe de Luis Rubiales fechou-se numa igreja em Montril, Granada, e que deu início a uma greve de fome por tempo indeterminado em defesa do filho e “até que seja feita justiça”.

“O que aconselho é apresentar a demissão bem rapidinho”

As recentes notícias sobre Luis Rubiales foram alvo de comentário no programa ‘TVI Extra’ desta segunda-feira, dia 28 de agosto, e Bruno de Carvalho começou por aconselhar o dirigente: “Bastava isso: pedia desculpa e demitia-se“.

No âmbito ainda da polémica que tem marcado o mundo do desporto nos últimos dias, Bruno de Carvalho lembrou o período conturbado da invasão à Academia de Alcochete, em maio de 2018, que marcou a sua presidência no Sporting: “Isto remete-se – e eu vou aqui falar, se nós falamos de nós próprios – ao tempo de Alcochete e de pensar se eu não me devia ter demitido na altura. Sendo que eu não tinha desculpas para pedir, mas eu pensei isso: se eu me demitir, vou assumir a minha culpa“, começou por dizer.

Em conversa com Flávio Furtado, apresentador do ‘TVI Extra’, Bruno de Carvalho partilhou: “Depois de tudo aquilo que passei, eu vou-te dizer já que a primeira coisa que eu devia ter feito era demitir-se. Devia ter-me demitido porque não tinha passado por tudo o que passei e pelas calúnias e difamações que passei“.

Bruno de Carvalho finalizou a sua intervenção ao reforçar o conselho a Luis Rubiales: “Portanto, o que eu aconselho ao Luis Rubiales é apresentar a demissão bem rapidinho que a vida vai-lhe correr mal. E por culpa dele, coisa que em Alcochete eu não tive culpa nenhuma, mas por culpa dele vai-lhe correr mal“.

De recordar que, fruto do caso Alcochete, Bruno de Carvalho foi detido em casa em novembro de 2018 e, dois anos depois, em 2020, foi absolvido da acusação de ter sido o autor moral do ataque à Academia e de todos os crimes que, na altura, lhe foram imputados no âmbito do referido processo.