Se o homem certo não vier, que pelo menos o errado me divirta

Ok. Fomos criados para acreditar nos contos de fadas e nas histórias de príncipes e princesas encantadas, super-heróis e essas coisas. Nossas mães e avós criaram-nos fazendo-nos acreditar que a “pessoa certa” existe e que um dia ela vai chegar. Chegar? Onde?

Sinceramente, não tenho dedos para contar todos os casos errados que já tive em vida, de todas as vezes que me lixei pensando que havia acertado, que havia finalmente encontrado a tal “pessoa certa” que a minha mãe falava e sentido no coração aquela sensação quentinha de que não vou mais precisar procurar, eu já encontrei!

Daí o desapontamento, o balde de água fria e o sonho indo pela sanita. Que tristeza! Mais uma vez eu procurei, encontrei e… errei. Acredito que tu também tenhas errado uma dúzia ou mais vezes na crença forte que dessa vez ia dar certo, que terias os teus sonhos de amor realizados, uma família, talvez um cachorro, jardins, casa com piscina….

Sabes aquele som quando um disco de vinil arranha? Pareço ouvir todas as vezes que as coisas não saem como imaginei. Passei anos da minha vida a procurar a pessoa que me completaria, que realizasse os meus sonhos de amor, que me fizesse sorrir (tipo, para sempre!) e que fosse incrível! Não encontrei. É possível que tenha passado por mim e, no meu desespero de encontrar, estava a olhar para o lado errado. Acontece.

Mas no fim, uma solução que mudou a minha vida: se o certo não vier que pelo menos eu me divirta com o errado! Sem apego, sem expectativas, sem esperar aquele amor eterno. Algo assim, casual, leve, sem compromisso e que me deixa linda, corada e feliz, ao meu modo.

Todo o mundo, no fundo, até os que negam, desejam um relacionamento feliz e duradouro, o famoso “para sempre”, eu bem sei. Mas enquanto esse “para sempre” não vem o que farei eu da minha vida?

Vou parar num convento e rezar, rezar para ele vir? Irei passar noites inteiras em discotecas coloridas acreditando que alguém naquele meio, transbordando a álcool, irá ser o amor da minha vida ou eu irei optar por continuar a viver a minha vida, passando os meus dias, conhecendo pessoas e divertindo-me com elas até o dia em que, casualmente, eu esbarre com uma criatura incrível na fila da caixa da padaria?

É, porque, pelo que sei, as coisas acontecem quando menos se espera e ficar sentado a chorar, implorando pela vinda da pessoa certa para a sua vida está mais que errado!

Caso ainda não tenhas percebido, existe um monte de pessoas interessantes por aí e mesmo que não sejam o grande amor da tua vida, pelo menos te darão óptimos momentos de diversão. Que tal?

Por Sara Carvalho em Coffee Break.